segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Corrida Matina a Fulbourn

Este é o vídeo de uma corrida matinal pela paisagem rural que se encontra a poucos minutos de minha casa. Foram cerca de 10 km a Correr passando por supermercado, hospital, aldeia, área protegida, campos de cultivo, colinas, zonas de pastoreio e floresta,

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Escócia


Hoje a Escócia decide a sua independência e aconteça o que acontecer nada vai ser igual. Esta disputa desperta-me sentimentos contraditórios, mas acho que no final tenho a minha opinião bem definida.
Primeiro vamos à minha perspectiva vista de fora, muito semelhante há que tinha antes de viver no Reino Unido e depois passamos para a minha perspectiva vinda de dentro.

Eu a ver de fora

Sempre achei que um país destas dimensões deveria ter o direito de ser independente. A Escócia é um bocado como o Norte de Portugal, ninguém quer saber daqueles tipos que vivem lá para cima e o importante é a capital, seja ela Londres ou Lisboa.
São 5 milhões e há países bem mais pequenos, com um PIB inferior e eles até têm petróleo e Whisky.
Por outro lado nunca fui muito de fronteiras, acho um bocado estúpido criar entraves à circulação de pessoas e de bens e criar um país é sempre criar um obstáculo.
Apesar de tudo, acho que vivendo fora da realidade apoiaria uma decisão que apontasse para a independência deste país.

Eu a ver de dentro

Com 2 anos de Reino Unido, consigo entender melhor o que se passa a nível interno.

Identidade
Em primeiro lugar existe a identidade escocesa. Ela existe, não tenho dúvidas. Mas também existe a identidade Galesa, a identidade da Cornualha e outras identidades dentro do Reino Unido. Há diferenças, como há diferenças entre um nortenho e um alentejano. Mas quando fui à Escócia não senti que estivesse num país diferente e, quando falo com um escocês, não o consigo distinguir de um inglês com sotaque da Cúmbria se ele não me disser nada. Na verdade é a mesma ilha e são as mesmas pessoas, tiveram uma História diferente até há 300 anos, mas ninguém estava vivo para contar.
Vejo maiores diferenças de um basco, um catalão ou um galego para um madrileno do que entre um escocês de John O'Groats e um Cornualês de Land's End.
Há a questão da língua e, muita gente não sabe, mas na Escócia até há duas. O Scots (nas Lowlands) que é uma língua germânica e o Scottish (mais para a Highlands) que é uma língua Celta. Mas na verdade muito pouca gente as fala no dia a dia, nada que ver com galego, catalão ou basco (embora este também não se fale tanto na calle quanto isso). Apenas 57.000 falam o gaélico escocês e o Scots basicamente é um inglês medieval, que alguns consideram ser uma língua. Apesar disso existe pouco mais de um milhão de "falantes", ou seja, as duas línguas juntas não têm nem metade dos falantes de inglês no território.
Penso, que se estamos a falar de uma questão de identidade de facto merecem ser um país dentro de uma união, mas não sei se isso é suficiente para uma independência. Mas isso são sempre questões muito pessoais, no fundo.
Mas o que interessa para os governantes, nestas questões é a economia. E aí, há muito que dizer.

Economia
Não tenho dúvidas que a Escócia é um país com capacidade para ser independente. Têm petróleo e têm o Whisky, que é um pilar da economia local. Vendem para todo o mundo. Por outro lado têm uma frota de submarinos nucleares ingleses que foram postos no território à revelia da população. Com a independência a Escócia quer ser um país pacífico, sem armamento nuclear e com uma despesa muito reduzida em termos de defesa. Os escoceses estão fartos de pagar impostos para alimentar uma das maiores forças armadas mundiais.
O facto de terem capacidade de sobreviverem sozinhos, não quer dizer que vivam melhor sozinhos. A Escócia exporta 60% dos seus produtos para o resto do Reino Unido. Uma parte significante é o Whisky e as bebidas alcoólicas têm imensos impostos logo à entrada. Isto será um rombo bastante grande num dos pilares da economia. Por outro lado há muita incerteza. Eles querem continuar com a Libra e ter os mesmos acordos de livre circulação que a Irlanda tem. Mas em relação à Libra não há certezas ainda.
Também querem fazer parte da União Europeia automaticamente, mas há países a colocar entraves (não é Espanha?) e esta pode obrigá-los a aderir a Schengen (e fechar as fronteiras com o Reino Unido) e ao Euro matando de uma vez só as relações com o parceiro mais importante.
Sinceramente não acho que eles fiquem a ganhar muito no futuro, sobretudo tendo em conta a maior autonomia fiscal que lhes vai ser dada se permanecerem na União.
Eles têm razão, foram esquecidos por uma capital que fica a centenas de quilómetros e isto serviu para acordar. Também há aqui uma questão política. Os Conservadores não têm praticamente nenhum voto Escocês, e porque deverão ser eles governados por alguém que não os representa? E, por outro lado os líderes dos restantes partidos também não lhes dizem nada. Nick Clegg (Liberal Democrata) morreu politicamente quando se coligou com os Conservadores e Ed Miliband (Trabalhista) é o único a reunir consensos: consegue ser odiado por toda a gente.

Olhando para o umbigo
Olhando para mim, que resido e trabalho no Sul, acho que não vou ficar a ganhar, a Libra vai perder robustez e eu vou passar a ganhar menos em Euros. Por outro lado vai ser um golpe na economia e embora a Escócia seja apenas uma décima parte, isso vai afectar muitas coisas. É que, caso não saibam, o Reino Unido é a terceira maior economia europeia e pensa-se que em poucas décadas possa passar a Alemanha e a França caso a Escócia continue do lado de cá.

Conclusão

Em primeiro lugar sou a favor do Referendo. Os Escoceses devem ter o direito de decidir, tal como os Catalães ou os Lisboetas (porque não dar a independência a Lisboa?).
Em segundo lugar, eu prefiro o Não juntando tudo o que referi acima. Também por mim, porque se não me afectasse a escolha seria bem mais difícil, mas memso assim não sei se votaria Aye, se fosse escocês.
Acho, sobretudo, que se existe um país que devia ficar de fora do Reino Unido esse é a Irlanda do Norte, que faz parte de outra ilha e devia formar uma única Irlanda.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cambridge Shakespeare Festival




Na semana passada fomos ver uma peça do Festival de Shakespeare, que ocorre todos os verões nos jardins dos Colégios da Universidade de Cambridge. Tivemos a visita do Pedro, que nos visitou também para ver os Monty Python e foi um final de tarde bastante interessante, passado no Fellow's Garden do King's College.

Neste festival é normal as pessoas verem as peças sentadas em mantas de piquenique degostando diversas iguarias no intervalo. Nós, como bons portugueses começámos a ficar com fome e a abrir sorrateiramente embalagens para enganar o estômago gerando diversos olhares depreciativos por parte de uma senhora sentada ao nosso lado. Por acaso estávamos a fazer mais barulho que a família da frente que tinha 4 crianças entre os 6 meses e os 10 anos de idade a assistir bem atentas a tudo o que se passava em palco... Ou melhor, na relva.


No intervalo, a senhora incomodada connosco fartou-se de dar os parabéns à mãe das 4 crianças dizendo que elas eram muito quietas e bem comportadas. Não percebi a indirecta...
Quanto à peça, há que dizer que inglês do Século XVII não é o mais perceptível, mas com a ajuda da Wikipédia no telemóvel e sem andar a ver palavra a palavra uma pessoa lá vai entendendo a história.
Foi por isso "Um sonho de uma noite de Verão".
Ei, que trocadilho mais estúpido. Já aprendias a escrever coisas de jeito, não?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Monty Python: One down. 5 to go!


E como seria de esperar lá fui à O2 Arena ver o último espectáculo dos velhinhos Monty Python.
Velhinhos mas ainda cheios de genica, com alguns sketches novos, novas animações do Terry Gilliam e uma repetição sem fim dos seus melhores sketches. Não foi nenhuma novidade mas sim a sensação de estar num momento histórico. E sempre a rir num espectáculo longo e acima de tudo honesto.
Algures a meio apareceu o Prof. Brian Cox (um David Attenborough moderno da física) a criticar a Galaxy Song aqui em Cambridge. A sorte é que apareceu o Stephen Hawking a confirmar as teorias, a atropelar o Brian Cox de cadeira de rodas e a cantar a mesma música. A solidariedade entre pessoas que estudaram em Cambridge funciona sempre. SIm, Stephen Hawking vive cá e três elementos do Monty Python estudaram cá (John Clease, Eric Idle e Graham Chapman).
No final ainda tivemos um Medley de sketches em que o Michael Palin dedicava-se a confundir o John Cleese até tudo acabar com a "Always Look on the Bright Side of Life."
E por fim: "Piss Off"



terça-feira, 22 de julho de 2014

Portuguese Festival (Peterborough)


Como bons emigrantes que somos não podíamos falhar o Festival Português de Peterborough!
Peterborough é a maior cidade de Cambridgeshire, inclusive maior que Cambridge, e fica a cerca de 70 km da nossa cidade.
Parece que vive lá uma enorme comunidade portuguesa capaz de organizar um festival de grandes dimensões no local mais nobre da cidade, a Praça da Catedral. Bem... De facto é no espaço mais nobre da cidade, mas em termos de dimensões, não estamos a falar de um Glastonbury.
Quando chegámos, apesar de serem seis da tarde já se via por todo o lado gente a comer entremeada, costelinha, bifana ou sardinha assada não faltando também as barraquinhas de pastel de nata e pão português. É, por isso, gente já adaptada aos hábitos britânicos.
No entanto, apesar de estar num festival português, não me senti em casa. Aliás, confesso que me identifico mais com os ingleses do que com os portugueses que estavam ali. Nada contra, mas senti-me entre Algueirão Mem-Martins e a Damaia, com tudo o que isso possa implicar.
Um dos momentos altos, para mim, foi a altura em que encontrei as casas de banho, já que estava a sofrer bastante. Na altura entrei num shopping ali perto mas que na realidade ocupava metade de Peterborough e tive que atravessar até à outra ponta para poder encontrar o WC no último piso do parque de estacionamento. Foi aí que tive a minha primeira alegria do festival, sem dúvida.
Aproveitámos depois para visitar a outra metade da cidade, que fica fora do shopping, e pudemos ver que não era muito bonito, mas também não tão feio como a Damaia ou Algueirão Mem-Martins, apesar de encontrarmos por todo o lado pessoal que deve ter vindo daí.
Mais tarde, tivemos outro momento alto quando comemos um pastel de nata numa barraquinha de dois senhores que se sentiam tão deslocados da festa como nós e que pela cumplicidade ofereceram-nos 5 fatias de bola de carne e uma garrafa fresquinha de Água do Luso. Obrigado pela solidariedade Coffee and Traditions, estava tudo óptimo.
Tivemos também direito a diversos números musicais, incluido Paul Potts, o primeiro vencedor do Britain's Got Talent e com um vídeo famoso no Youtube:



Para finalizar o organista Sérgio Verónica, ou melhor, quase até ao fim, porque o organista Cláudio ainda lá foi dar uma perninha e ele até sabia tocar o Apita o Combóio num órgão que não era dele. Pelo menos a primeira parte em que o combóio vai até à Covilhã sabia cantar. Cantar? Bem, algo do género.
(No final do vídeo o meu telemóvel bloqueou mas até foi engraçado ouvir os comentários anónimos que foram feitos na altura).




No final voltamos a Cambridge satisfeitos, foi uma excelente experiência sociológica e até nos divertimos bastante!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Le Tour en Angleterre

Como já tinha dito, tive a possibilidade, juntamente com o meu pai de assistir ao vivo pela primeira vez uma etapa do Tour de France. Esta é uma das vantagens de viver em Inglaterra. Poder assistir a grande eventos como a Volta a França. Por exemplo, se vivesse em França tinha hipóteses de ver a Volta à Grã-Bretanha que é muito menos interessante.
Chegámos bem cedinho, às 9 da manhã (a partida era às 12:30) para podermos apreciar tudo e realmente deu logo perceber que é um evento de outro mundo.


Ainda deu para ficar junto ao palco
 Da noite para o dia montaram um enorme espaço VIP, um palco enorme com animação que já tinha começado antes de chegarmos.
Seguiu-se um desfile da caravana publicitária com tudo, desde carros-garrafa a bules de chá gigantes.
Depois, juntamente com mais alguns portugueses fomos para junto do autocarro da Lampre-Merida, a equipa de Rui Costa e Nélson Oliveira.
O Nélson que é uma pessoa muito simpática e acessível veio falar connosco (entre nós estava o Tiago Brandão Rodrigues, adido olímpico em Londres, português mais famoso de Cambridge e amigo de ambos os ciclistas).

Eu, Tiago Brandão Rodrigues e Nélson Oliveira

Já o Rui Costa estava a ser solicitado por patrocinadores por todo o lado apenas pôde acenar. Acredito que se não fosse o seu estatuto de chefe-de-fila teria estado connosco tanto tempo quanto o Nélson Oliveira. Mas ainda bem que é assim!
Seguiu-se nova romagem ao palco para ver os ciclistas a assinarem o livro de ponto e, dada a quantidade de gente nas estradas só os vimos partir pelo ecrã gigante.

Alberto Contador antes de partir a perna


Mas a história não acaba aqui! Dado que os comboios andam mais depressa que os ciclistas, eu e o meu pai rumamos a Londres para os ver a chegar à meta. E assim foi, Kings Cross, depois metro até Embankment e apesar de estar tudo apinhado de gente lá arranjei um lugar no topo de um viaduto para os ver passar durante uns 15 segundos.
Mas pronto, não se viram só os ciclistas do Tour. Carros de apoio, polícias, merchandising e até infiltrados foram passando pelas ruas de Londres.
No final ainda fomos à zona da meta e vimos uma estrutura ainda maior que a montada em Cambridge, com áreas VIP, bancadas e espaços para acomodar os milhares que ali se deslocaram.
Para mim, que acompanho o Tour pela televisão ininterruptamente desde 1995 foi um dia inesquecível.


15 segundos de ciclismo


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Leão de Volta

Em Cambridge há um centro comercial chamado Lion Yard.
Como seria de esperar tinha um Leão Vermelho nas suas instalações. No entanto, por não cumprir a legislação de Higiene e Segurança (Health and Safety) foi colocado numa jaula para não fazer mal a ninguém. A questão é que era uma jaula isolada num local em que ninguém tinha acesso para ver o pobre do bicho.
Hoje finalmente uma boa notícia. O Leão foi libertado e vai poder voltar à sua casa no centro comercial.
Ah, em baixo está uma foto dele:




























http://www.cambridge-news.co.uk/imagelibrary/Client%20Images/Client00004/00296000/00296971.jpg

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Le Tour en Angleterre

Este ano a Volta a França começa em... Inglaterra. Mais propriamente em Yorkshire. E porquê?
Ora, porque pagaram uma bela maquia à empresa que organiza o Tour.
Mas há algo ainda melhor. A terceira etapa já não é no Yorkshire, mas como precisavam de chegar a França de alguma maneira, a melhor solução foi fazer uma etapa que terminasse em Londres para depois apanharem o Eurostar em direcção ao país do Tour.
Pois bem, e onde começaria? Obviamente numa cidade que desse dinheiro e que estivesse de algum modo associada à bicicleta. Como dinheiro e bicicletas são duas coisas que não faltam em Cambridge, a escolha foi óbvia. E eu a bater palmas!

Eu já com a camisola amarela pronto a iniciar a terceira etapa
E, poucos dias antes já não se fala noutra coisa. As lojas têm bicicletas nas montras, grande parte das empresas, escolas e universidades vão estar fechados no grande dia e a cidade vai parar totalmente na altura da partida.
Eu tirei o dia de férias e vou tentar estar na partida, e depois na chegada em Londres, com a ajuda do comboio.
Vamos ver como corre. No final estarei aqui para partilhar a minha primeira experiência de Tour.
Podem saber mais detalhes sobre a estapa aqui.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O mundial em Cambridge e arredores

 


Cambridge não é uma cidade muito dada ao futebol. A melhor equipa da cidade (Cambridge United) tem iniciais que fazem lembrar o futebol português segundo o Bruno Carvalho o que afasta as pessoas dos estádios devido ao mau cheiro.
Mesmo assim acabaram de subir à quarta divisão e defrontar equipas de renome como o falido Portsmouth.



A paixão pelo futebol não é muita ao longo do ano, mas durante o Mundial tudo muda e o ambiente que se vive é em tudo semelhante a Portugal. Grandes catálogos de televisões, marcas de cerveja por todo o lado e concursos que oferecem viagens e bilhetes para os jogos.

Existem contudo duas diferenças importantes:

As Transmissões Televisivas. Aqui tudo passa em canal aberto, alternando a transmissão entre a BBC 1 e a ITV 1 o que permite qualquer adepto de futebol empanturrar-se facilmente um Camarões - Croácia ou um Costa do Marfim - Japáo. Para além disso a cobertura está a milhas (aqui medem-se assim as distâncias) da portuguesa. 2 comentadores em todos os estádios, programas de análise antes, no intervalo e no final e comentadores que percebem de bola.
Gary Lineker é o pivot da BBC e a ele juntam-se jogadores Thierry Henry, Clarence Seedorf ou Rio Ferdinand. Não há cá Tadeias nem Ruis Santos.

A confiança na selecção não é Maniaco-depressiva. Ninguém estava eufórico no início. Todos achavam que a selecção não valia nada antes de começar o mundial e depois de perderem com a Itália até passaram a achar que nem jogaram assim tão mal. Apenas gostam de ver a bola a rolar e é para isso que servem os mundiais.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

PRUHealth World Triathlon London - Open Race


Publicado em conjunto com o Vou de bicicleta...





O meu segundo triatlo do ano em terras britânicas foi em grande. No dia seguinte a todas as grandes estrelas da modalidade terem feito uma prova memorável terminada ao Sprint com Mário Mola a vencer e João Pereira em terceiro lugar, o Hyde Park abria-se a todos os triatletas.
Durante todo o dia, das 8 da manhã às 7 da tarde, partiam de 10 em 10 minutos séries de cerca de 80 triatletas dispostos a correr num percurso quase igual ao da prova de elite.
Toda a estrutura do Campeonato do Mundo estava montada. O pontão no Serpentine, os tapetes azuis, as bancadas, a maior feira de triatlo que já vi, as barreiras nas ruas interiores do parque, a zona VIP e o público (aposto que não saíram do lugar durante a noite toda à espera que eu partisse às 15:10.

Natação (750m):



Apenas com cerca de 80 nadadores, a natação correu bastante bem, sem confusões, mantendo um bom ritmo e sem me perder, fiz uma prova regular e terminei com um excelente tempo de 14:19. Num ano em que tenho treinado menos natação, os resultados que tenho tido, sobretudo em, sprints acabam por ser surpreeendentes.

1ª Transição
Como isto era uma prova com mesmo muita gente, era necessário um grande espaço para o parque de transição. Na realidade este estava a uns bons 50 Km da saída da água, pelo que levei quase cinco minutos a passar da água para a bicicleta.

Ciclismo (22.5 km)
Foi aqui que me apercebi do nível real dos atletas. Eu, com a minha Cosmos de 15 anos, fartei-me de ultrapassar ciclistas. Andava a mais 10 km/h do que a maioria deles e só fui ultrapassado por 3. O percurso era fácil e rápido por isso pude puxar bem e no final dos 22.5 km tinha demorado 41:02. Um tempo excelente tendo em conta que não pude fazer uma transição rápida porque tinha botas de ciclismo e não de triatlo, porque a bicicleta era a minha de uso diário e não estava bem afinada e, por fim, porque não se podia andar na roda. Foram quase 33 km/h de média, o que é muito bom.


2ª Transição
Uma vez mais uma longa transição que demorou 2:39. Se não fosse o tempo que demorei nestas duas (quase 7 minutos) tinha sido um resultado ainda melhor.

Corrida (5 km )

A corrida não foi brilhante, mas também não se pode ter tudo. Uma vez mais era bem mais rápido que a maioria, mas podia ter feito melhor. AInda assim ultrapassei um atleta que me tinha passado no ciclismo e era da minha série, portanto ganhei um lugar, mas 22:39 num poercurso que não chegava aos 5km é um tempo que não me satisfaz.

Conclusão
Na recta da meta, em frente a muito público nas bancadas e enquanto me aproximava de um velhinho dos seus oitenta anos que devia ter partido meia hora antes de mim, os speakers lá disseram que tínhamos um sprint e eles adoravam sprint. Lá disseram o meu nome e do velhinho e eu lá meio envergonhado ultrapassei-o e sprintei para a meta. Acho que devia ter vergonha da minha pessoa.
O que melhor posso reter desta prova foi que me diverti imenso e que aqui há muito mais gente a praticar triatlo e de uma forma bem mais descontraida. Em Portugal o Triatlo ainda é visto como um desporto para homens de ferro, mas aqui não, vi velhinhas, crianças, gordos, magros e tudo numa enorme descontração.
É um pouco o que acontece agora nas corrida em Portugal. O triatlo democratizou-se e é um desporto para todos. Espero que seja asism em Portugal. Foi engraçado que numa prova com mais de 1000 pessoas acabei por ficar num lugar muito próximo dos que alcancei em Portugal em provas de 400. Ou seja, continuo a ter os mesmos à minha frente mas ganhei centenas de amigos que ficam atrás de mim. E isso é bom.
Os resultados foram os seguintes:

323º em 1370 geral
 296º em 930 masculino
 60º em 184 no Age Group 30-34

Os resultados estão aqui.

Aqui podem ver a minha chegada à meta num pequeno vídeo que eles me queriam vender por achar que sou rico.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Almoço Alumni FEUP UK

"O Grito De Quem Não Gosta De Engenharia Civil" Obra do próprio PVP £6.000.000

No último sábado participei no jantar de antigos alunos da FEUP no Reino Unido que contou com 25 presenças. Um número grande mas que não representa nem de perto nem de longe o total de alunos existentes um pouco por todo o reino. Apenas os que residem perto de Londres como eu.
O almoço era no restaurante Mar Azul, um belo nome para um restaurante na Póvoa de Varzim ou para Stockwell neste caso. Sempre gostei de nomes absurdo e Mar Azul é uma ironia espectacular. Não só o mar fica a uns bons 60 km (fui ver ao Google Maps) como todos sabemos que o Mar do Norte não é azul mas castanho.
Felizmente em termos de comida não é irónico e foi até hoje o melhor restaurante português que visitei em Inglaterra. Ok, só fui a 3, mas aquela foi a melhor espetada madeirense que comi fora da Madeira. Ok, só comi duas. Mas pronto estava muito bom.
Logo de seguida houve 3 apresentações, ficando eu responsável pela segunda.
Como podem ver pelo quadro acima, investi bastante na arte, dado o jeito para as artes visuais que me acompanha desde pequeno.



Eu e o meu quadro atrás de mim
Foi uma apresentação muitop pessoal, talvez a primeira que fiz nestes termos mas diverti-me imenso e a Leonor também fez uma perninha de actriz. Podem consultá-la a seguir, mas não devem perceber muito sem eu falar. Para mim as apresentações servem para o momento e não para serem partilhadas na net. Talvez um dia destes partilhe aqui o vídeo para que a percebam melhor.



Foi também óptimo ver as restantes apresentações, que mostraram outras perspectivas: o Paulo Gomes, que planeou bem a emigração e onde tudo correu bem e o Nuno Torpedo que veio à aventura, arriscou e teve os melhores resultados possíveis. Para além disso, na conversa com os outros colegas havia sempre um denominador comum: "Estamos melhor cá do que lá". E é sem dúvida verdade, senão já nos tínhamos ido embora.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Um fim-de-semana bem preenchido


Este fim-de-semana vou duas vezes a Londres. Uma para almoçar com ex-colegas de FEUP. Eu sou o segundo da lista de conversadores e vou fazer uma pequena apresentação da minha vida antes e depois de Cambridge:




No domingo às 15:10 vou atirar-me para as águas do Hyde Park participando na Prova Aberta integrada na Etapa de Londres do Campeonato do Mundo de Triatlo.
 



quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um passeio ao Blakeney Point e costa Norte do Norfolk (Parte 2/2)

Depois fomos à praia. A praia de Holkham é bonita, com areia fina e clara e conchinhas. 




Conchas que magoam os pés


Mas todo o ambiente natural à volta não faz lembrar que estamos perto da praia. Há campos verdes com cavalos e vacas e não se sente a brisa marítima, por isso eu só acreditei que realmente estávamos perto da praia quando chegámos à areia. 

Ainda falta muito?


Mas de facto não estávamos assim muito perto da praia quando estacionámos, porque tivemos que caminhar cerca de 15 minutos até chegar junto da água. 
 À hora que chegámos (cerca das 4 da tarde) a praia estava a fechar... Ou pelo menos parecia, porque estava toda a gente a vir embora. 

Pessoal? Já acabou?
 O Dress Code da praia era Kispo e galochas e mesmo assim havia poucas pessoas dentro de água excepto algumas crianças. 

Moda Primavera/Verão em Holkham

Eu mantive o meu Kispo vestido mas o Miguel e o nosso amigo Edgar foram mesmo tomar banho. 
Eu apenas toquei com uma mão na água e achei fria... 





É incrível a falta de oferta hoteleira! Só vimos uma carrinha de gelados (que eram ótimos) e a preço normal, nem se deram ao trabalho de colar autocolantes em cima dos preços! 


Os castelos poderiam ser transformados em hotéis

Gostei de visitar a minha primeira praia inglesa, mas à próxima levo galochas e fato isotérmico para também poder ir à água!
Mais tarde continuámos a andar de carro paralelamente à costa mas sempre a alguns quilómetros de distância.
Muitas das praias ficam tão longe que devem ser praticamente virgens.


Pormenor da Costa do Norfolk

Classificação (de 1 a 5, M/L):
Monumentos (não aplicável)
Beleza Natural 5 / 4
Cidade 3 / 3
Espaços Verdes 5 / 4
Limpeza 4 / 4
Simpatia dos Habitantes 3 / 4
Média: 3.9
Custo por pessoa: £11.30 (Gasolina) + £10 (Visita às focas) + Sandes levadas de casa
Tempo para visitar: 1 dia (inclui viagem)
Valeu a pena? Sim, foi muito bom! Mas a melhor altura deve ser quando há bebés. Nesta altura do ano só vimos father focas e mother focas.

Cambridge Beer Festival



Na última semana decorreu o Cambridge Beer Festival e não podíamos deixar de estar presentes.
Eu (Miguel) gosto particularmente deste festival, porque junta imensas pessoas à volta de copos de Pints.
- Pois, mas tu não gostas de cerveja?
- Mas eles até oferecem bebidas sem álcool ao condutor designado!
- Pois, mas tu de bicicleta ias conduzir alguém?
- Não, mas podia pagar na mesma as bebidas.
A verdade é que bebi Hidromel, das poucas coisas sem bolhinhas que havia por lá. Mas também comi um cachorro com salsichas da Cumberland e, imagine-se o que havia:
- Uma banca de queijos para comer mesmo ali.
E foi essa a melhor parte de degustação do festival. Deixar que os bebedores bebessem à vontade enquanto eu comia o meu queijinho.
Este evento é organizado pela CAMRA, a campanha para uma Ale real. Uma associação que defende a cerveja tradicional inglesa para quem gosta de a beber quentinha e com pouco gás (sem nenhum é que era, com pouco fica a desejar).

Em Inglaterra há sempre alguém a defender os direitos dos mais necessitados

 Como um dos queijos era salgado fiquei com imensa sede. Algo complicado num Festival de Cerveja. E como também me apetecia algo doce, lembrei-me de ir comprar um belo batido de chocolate.
Confesso que não gostei muita da cara de estranha da rapariga que me atendeu. O que é que tem pedir um batido num Festival de Cerveja?
E não foi a única. É que pouco depois, quando me encontrei com o meu amigo Edgar e os seus colegas inglesas, uma rapariga olhou para o batido e disse completamente chocada:
-What the fuck?
Acho que tenho que fazer um esforço para me adaptar ao estilo de vida inglês.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Um passeio ao Blakeney Point e costa Norte do Norfolk (Parte 1/2)



Hoje vamos falar da nossa visita no último fim de semana à costa Norte do Norfolk e a um ponto muito específico. Blakeney e a sua reserva natural.
Como nós gostámos imenso deste dia e há muito para contar, decidimos dividir este post em dois.
Hoje começamos por Blakeney Point, onde fomos desaguar após 2 horas de carro. Trata-se de uma zona de Saltmarsh (Uma espécie de pântano de água salgada que é inundado em função das marés).
Daí que era habitual ver na maré baixa imensos barcos a quilómetros da água.


Barcos encalhados a quilómetros da costa


Blakeney é uma pequena vila que tem tudo o que é essencial para uma vida de qualidade: Uma feira de livros usados, uma feira de antiguidades e um pub de 1760.

Pub King's Arms

 A principal actividade económica consiste na apanha do caranguejo por crianças com baldes de praia com um caranguejo desenhado. O isco dos caranguejos são rodelas de chouriço cortadas aos bocados.

Porto de Blakeney com uma série de mini-pescadores de caranguejos ao fundo

Mas não pensem que as crianças apenas trabalham. No final têm direito ao desporto oficial de Blakeney. Escorregar na lama com fatos isotérmicos vestidos. 

50 coisas que deves fazer antes dos 11 anos e 3/4

Nesta zona também existia uma paisagem campestre com campos de flores desconhecidas e cavalos a pastar.



Há que pôr os terrenos a render

Mas os cavalos não era os únicos mamíferos por lá. Apanhámos um barco e fomos ver uma colónia de focas que passa os dias a apanhar sol.

Focas a apanhar sol

Esta foca é branca no Inverno

Para mim, a evolução quando criou as focas esqueceu-se de um pormenor: as patas e elas coitadas parecem um cão gordo inacabado. Mas não é por isso que não parecem um animal simpático. Parecem é precisar de uma coisa destas.



O que ela nã daria por umas patas

Procrastinação

Por lá também existia uma colónia de pássaros, os garajaus ou andorinhas-do-mar. Bem mais bonitos que as gaivotas


Andorinha-do-mar

No próximo post a Leonor vai falar da sua visão do resto deste dia memorável.

Vê mais fotos no Album do Facebook

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um passeio ao Fulbourn Fen

Fulbourn Fen


Na última sexta-feira fui com vários colegas de trabalho visitar o Fulbourn Fen, uma área protegida bem perto de minha casa (uns 3 km) e que faz muitas vezes parte dos meus treinos de corrida desde que a conheci há alguns meses.
É uma área de vários hectares que junta a floresta (algo raro por Cambridgeshire, o condado com menos floresta do Reino), áreas de pasto e Fens.


Buttercups our Ranúnculo em Português


Tem uma flora variada, bem como várias espécies de aves. Mas, se eu já sou mau com nomes de espécies em português, ainda sou pior com nomes de espécies em inglês. Mas parece que Orchid quer dizer Orquídea. E havia bastantes por lá.

Orquídea
 Os meus elevados conhecimentos em zoologia permitiram que eu descortinasse as duas espécies de mamíferos com mais exemplares visíveis em toda a área:

- Homo sapiens sapiens (uns 20 exemplares)
- Canis lupus familiaris (uns 10 exemplares)

Vários exemplares de Homo sapiens sapiens no Fulbourn Fen

A visita foi guiada pelo director do programa de ciência da UNEP-WCMC, o Neil Burgess, que nos ensinou escutar os pássaros e a commer as folhas de muitas plantas que apareciam pelo caminho:

- Try this! It tastes horrible!

Foi muito bom aprender um pouco mais de uma área tão perto de minha casa. Agora quando fôr lá correr vou ver tudo com outros olhos.




Classificação (de 1 a 5, M):
Monumentos 1
Beleza Natural 4
Cidade 3
Espaços Verdes 4
Limpeza 4
Simpatia dos Habitantes 3
Média: 3.17(Satisfaz)
Custo: £0.0
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domingo, 25 de maio de 2014

As eleições europeias no país que julga estar fora da Europa

Quando alguém aqui na Grã-Bretanha apanha o comboio em Saint Pancras em direcção a Paris ou a Bruxelas diz que vai para a Europa.
Os supermercados que têm apenas produtos de outros países do continente são os European Supermarkets e quando se apanha o avião para cá tem que se mostrar o Cartão do Cidadão porque não assinaram o Acordo de Schengen.
Pois bem, se as eleições europeias para os europeus que se consideram europeus já são uma valente seca com níveis de abstenção semelhantes aos níveis exibicionais do Porto do Paulo Fonseca, para esta gente que vive num continente algures entre a Europa e a América seria então um Deserto do Sahara.
 Mas não é! E tudo graças a um senhor e ao seu partido: Nigel Farage e o UKIP.

 http://www.thetimes.co.uk/tto/multimedia/archive/00454/137400969_Nigel_454505b.jpg

Com uma campanha baseada na saída da UE (pois, não são europeus) e em fechar as portas a imigrantes com uma demagogia tão grande como o buraco na defesa do Porto do Paulo Fonseca.
E é isso que as pessoas gostam de ouvir, mesmo sabendo que os imigrantes descontam mais, usam menos os sistemas de saúde e de protecção social e vêm equilibrar a pirâmide etária o que permite que muitos reformados racistas recebam a sua reforma.
Mas a maior piada de isto tudo é que o partido acaba por defender a sua auto-aniquilação já que não tem um único assento no parlamento britânico e apenas está representado em Estrasburgo. Ora, se o Reino Unido sair da União Europeia, o que não é um cenário tão fora de hipótese quanto isso, o UKIP sai do seu único palanque, a não ser que ganhe lugares no parlamento nacional (o que, diga-se não será impossível a médio prazo).
Ainda para mais, Nigel Farage quer trabalhar no Parlamento Europeu, que não é em Inglaterra, mas que roda entre Estrasburgo, Bruxelas e Luxemburgo, ou seja ele não será mais que um imigrante em 3 países ao mesmo tempo. Isso é tão coerente como o Paulo Fonseca bater palmas depois de sofrer um golo.

Ninguém estará certamente satisfeito com o rumo que a Europa teve nos últimos anos, mas todos os países são um pouco mais fortes estando unidos na maior economia mundial. Por isso, a saída do Reino Unido é um tiro no pé, e o fecho da porta a imigrantes será um tiro no outro pé. Mas parece que se vê um caminho lento para o abismo como se viu com o Porto do Paulo Fonseca.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

As minhas primeiras eleiçoes!

Hoje fui pela primeira vez votar desde que cheguei. Como não me registei nas europeias, votei apenas nas autárquicas.
As eleições cá são um bocado diferentes. Para começar são à semana, o que impossibilita os políticos desculparem os altos valores de abestenção com idas à praia.
E que ninguém diga que o problema é trabalhar, porque as Mesas de voto estão abertas das 7 da manhã às 10 da noite e ninguém cá trabalha tantas horas seguidas.
Outra coisa diferente é o lugar onde se vota. Não são escolas como em Portugal porque à quinta-feira há aulas, portanto onde é que poderá ser?
Claro, é mesmo onde estás a pensar: Numa autocaravana estacionada no parque de estacionamento do Tesco junto a minha casa. E ainda bem, nada melhor que uma mesa de voto a 200 metros de minha casa.

Mesa de voto


Mesmo sendo uma caravana, há coisas que nunca mudam, havia urnas, o local para votar era parecido e lá estava o cordel a amarrar um lápis. Espera lá, um lápis? Sim, um lápis.
Apesar de ainda morar dentro do perímetro urbano de Cambridge, a minha casa está uns 20 metros fora da área de abrangência do Cambridge City Council. Portanto voto para o South Cambridgeshire District Council. Aqui as eleições autárquicas ocorrem todos os anos excepto num (quando se vota para o County Council) e de cada vez são eleitos um terço dos conselheiros.
Ou seja, os órgãos autárquicos vão rodando e são sobretudo órgãos colegiais, que decidem por maioria.
Para além disso só se vota num candidato, que neste caso representa a minha freguesia (Parish) de Fulbourn. No meu caso apenas tinha dois candidatos: o John Williams (Liberal Democrata) e o David Dobson (Trabalhista). Após ler as suas propostas acabei por escolher o meu candidato. E tu? Se votasses em Fulbourn quem escolhias? O John ou o David?

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Um triatlo em terras britânicas

Este post é publicado em conjunto com o meu outro blog (Vou de bicicleta)

https://lh6.googleusercontent.com/-jCcbgvGLvS0/U3jReexTU5I/AAAAAAAAD_4/b_doXdFavZ8/w1347-h898-no/2014-05-18+10.28.41-1.jpg 

Neste fim-de-semana participei no meu primeiro triatlo deste ano em terras britânicas. Mas não era um triatlo habitual: Era o Eastern Region Club Championships, uma prova de estafetas em que competiam os clubes da região Este de Inglaterra, num lago junto à cidade de Bedford.
Eu estive a representar o meu clube inglês, o Cambridge Triathlon Club (um nome muito imaginativo) e por lá se encontravam outras potencias da modalidade como o East Essex, o King's Lynn, o Ely e o Tri Anglia.
Inscrevi-me nesta prova praticamente sem conhecer ninguém do clube, já que apenas vou a alguns treinos (no máximo 2 por semana) que têm muita gente e que varia de semana para semana. Este desconhecimento implicava:

a) Nunca ter visto o tipo que me deu boleia;
b) Nunca ter visto o casal que fazia equipa comigo (sim, eram 3 por estafeta).

Mas nada que me amedrontasse, os ingleses são sempre simpáticos e educados.
No início da prova era só gente nova e pouco falei com eles, mas no final até fomos todos ao pub almoçar e fartaram-se de falar comigo.
Mais engraçado foi o meu colega masculino logo no início:

- És de Portugal? E vieste de propósito ao Eastern Region Relays?
- Claro, está lá toda a gente a apoiar-me, toda a gente segue e vai dar na televisão.

A fazer amigos com respostas parvas desde 1981.
Ah, e como funciona isto das estafetas:
Primeiro nadam os 3 alternadamente, depois pedalam os três alternadamente e por fim correm os três alternadamente. Eu era sempre o do meio

Mas vamos lá anunciar os sectores:
 Natação
 A minha colega nadava bastante bem e fez uma boa prova. Eu nem por isso, Acabei por nadar 100 metros a mais por andar perdido (estou habituado a nadar no meio de muitos e não a entrar na água quase sozinho e por isso perdi-me. Perdi-me tanto, que numa das vezes teve que ir um senhor de Kayak dizer que eu estava a saii da pista. Mas mesmo assim fiz um tempo abaixo dos 15 minutos, o que até revelou um bom sector.
O meu colega não era muito bom nadador e fez um tempo um pouco pior.

Parte original do percurso: Nadei num lago em que existia uma coisa tipo teleski para wakeboard.

 




Ciclismo
Em Inglaterra são raros os triatlos em que o trânsito estava cortado. AInda para mais, o percurso do parque de transição até à estrada tinha algumas centenas de metros pela relva e terra.

Sim, iamos or aquele espaço entre as árvores ao fundo à esquerda

A minha colega que nadava bem, andava devagarinho e demorou mais de 40 minutos a fazer o seu percurso. A mim até correu bem, muito embora tenha saltado a corrente antes da única colina que subíamos e o tempo que contei incluísse quase um quilómetro a transportar a bicicleta pela relva à mão.
Mesmo tendo feito mais de 40 minutos (30 km/h) o tempo líquido a pedalar foi bem menor, e a minha bicicleta já vai para os 16 anos e uso-a todos os dias. No final até ganhei 3 lugares, o que foi muito bom.
Já o meu outro colega que nadava mal. Era um grande ciclista e fez menos 5 minutos.

Parte original do percurso: Havia um sítio onde se atravessava uma estrada para virar à direita e onde era obrigatório parar, pôr um pé no chão e atravessar se não viessem carros.




Corrida
A corrida não foi brilhante. A minha colega demoreu 23 minutos e eu também- Não conseguia dar mais e o vento frontal matava-me. Já o meu colega também era extremamente rápido e foi o melhor, mais uma vez.

Parte original do percurso: Toda a corrida era na relva e à volta do lago.

Conclusão.

Levantei-me às 5h30 da manhã mas valeu a pena. Foi bastante divertido e é engraçada a sensação de fazer um triatlo partido em pedaços. Por outro lado, ao haver muitos atletas de fora dava para nos apoiarmos uns aos outros o que era bem engraçado.
Além disso, o espírito aqui é muito semelhante ao dos triatlos em Portugal, boa gente.

A nossa equipa no final!
 Acabámos por fazer uma boa prova, muito equilibrada em termos de equipa (ninguém se destacava totalmente). Ficámos em 22ºs de 33 e 6ºs de equipas mistas a pouco mais de um minuto to 4º lugar.

Uma experiência a repetir. Foi sem dúvida o melhor triatlo que já fiz em terras com nomes de carrinhas de 9 lugares.

Foto de grupo

  As fotos são minhas e do meu colega Andrew!